terça-feira, 31 de maio de 2011

Prévia entrevista com o Dr. Gilberto Pucca

Oi...i
Que tal aguçar os sentidos?? almentar a curiosidade, aqui estar um pequeno trecho da entrevista cedida aos alunos do curso de odontologia da faculdade Leão Sampaio, logo,logo postarei a entrevista na ítegra... mas para vc's ficarem com água na boca, e com gostinho de quero mais fiquem com esse trechinho...


9° Fichamento....

Manipulando genes em busca de cura: o futuro da terapia gênica

MENCK, C.F.M., VENTURA, A.M.. Manipulando genes em busca de cura: o futuro da terapia gênica. REVISTA USP, São Paulo, n.75, p. 50-61, setembro/novembro 2007.

“durante a década de 1990, a se comparar a terapia gênica com outras tecnologias que revolucionaram a medicina moderna, como o desenvolvimento de vacinas, anestesias e a descoberta de antibióticos. A relativa facilidade de manipulação dos vetores genéticos derivados de vírus e o aumento na capacidade de se isolar genes humanos geraram expectativas de avanço rápido nesse tipo de terapia e muita excitação na mídia e mesmo nas pesquisas na área.” (p.52)
“uma polêmica sobre a segurança da engenharia genética e possibilidades de sua utilização para propósitos de eugenia. Esse debate estendeu-se durante toda a década de 1970 e culminou na criação de legislações adequadas de segurança em diversos países.” (p.52)
“A idéia de usar os próprios vírus como veículos para transportar e introduzir genes em um paciente, promovendo a cura de doenças, é de uma simplicidade extraordinária e abre enormes perspectivas para a saúde humana.” (p.53)
“O desenvolvimento de novos vetores genéticos tem buscado superar os problemas encontrados nos trabalhos iniciais de terapia gênica. O vetor ideal deve ser de fácil produção, não deve gerar resposta imunológica ao vírus ou ao transgene pelo paciente, deve promover a expressão do transgene de modo eficiente e por longo tempo, além de, se possível, ter especificidade no tecido alvo. Os principais vetores testados até o momento têm sido os derivados de adenovírus e retrovírus, sendo que ambos apresentam várias limitações.”(p.54)
“Pelo menos em um caso o resultado foi dramático: em 1999, a aplicação de grandes quantidades de adenovírus recombinantes provocou a morte de um jovem paciente, gerando enorme controvérsia sobre o uso de terapia gênica em seres humanos.” (p.54)
“Sistemas de transferência gênica independentes de vírus têm sido desenvolvidos como alternativas aos problemas causados pelos vírus recombinantes. Em uma dessas abordagens, o transgene, na forma de DNA livre, é aplicado diretamente no paciente. Essas vacinas de DNA são compostas pela clonagem do gene de um antígeno proveniente de um patógeno, em um plasmídeo bacteriano.” (p.54)
“No caso das vacinas de DNA, no entanto, descobriu-se que algumas delas, além de despertar uma resposta imune que protege o indivíduo contra uma infecção futura (prevenção), podem também atenuar a sintomatologia de uma infecção em andamento, atuando como uma vacina terapêutica. Um exemplo é a ação que uma vacina de DNA, composta por um antígeno da bactéria que causa a tuberculose, tem ao combater a infecção ativa em camundongos. Como se trata da transferência de um gene novo para um tecido causando benefício terapêutico, é mais uma estratégia de terapia gênica que está prestes a ser testada em seres humanos, e com grande possibilidade de sucesso.”(p.54)
“De uma forma genérica, as etapas envolvidas em um experimento de terapia gênica são: o isolamento do gene, a construção de um vetor, a transferência para células no tecido-alvo, e a produção da proteína codificada e expressa pelo gene terapêutico nessas células.”(p.55)
“Para introdução de genes em organismos através de terapia gênica, duas estratégias básicas podem ser utilizadas:  in vivo e ex vivo. Na estratégia in vivo, vetores eficientes (como os adenovírus) podem levar o transgene diretamente ao órgão-alvo adequado (como o fígado) por aplicação direta no organismo (como a injeção endovenosa), levando à eficiente expressão do transgene. A estratégia ex vivobaseia-se na modificação de células (como pela infecção por um vetor retroviral) de um tecido-alvo (como os linfócitos), retiradas de um paciente e cultivadas in vitro”(p.55)
“Doenças genéticas adquiridas durante a vida, como o câncer, doenças do coração e infecções virais (Aids, por exemplo), no entanto, também são alvos para protocolos de terapia gênica. A idéia nesses casos é basicamente introduzir genes que possam interferir no metabolismo da célula cancerosa, bloquear a replicação viral ou simplesmente estimular o sistema de defesa imunológico, propiciando um benefício terapêutico ao paciente. Esses protocolos de terapia gênica para doenças genéticas adquiridas têm sido muito estudados dada a clara relevância que sucessos podem ter em saúde humana.”(p.56)
“As doenças cardiovasculares, como doenças cardíacas isquêmicas, isquemia de membros, neuropatia isquêmica ou diabética, podem ser tratadas pelo estímulo à neovascularização, que leva à normalização da circulação sanguínea local. Uma estratégia de terapia gênica em especial, em que o gene do fator de crescimento de endotélio vascular é aplicado localmente, teve efeitos clínicos positivos.” (p.56)
“As doenças infecciosas, dependendo do agente patogênico, podem ser vistas como doenças genéticas adquiridas, conceito mais fácil de ser entendido quando se trata de infecções virais. Esses microorganismos desenvolveram a habilidade de inserir seus genomas no interior de células do organismo hospedeiro, e nelas multiplicarem-se. Nesse processo ocorrem patologias devido à destruição dos tecidos e à reação do organismo.”(p.57)
“o processo celular de interferência de RNA, ou RNAi, tem provocado uma verdadeira corrida de empresas farmacêuticas para estudar suas propriedades farmacológicas. Esse fato foi impulsionado pela facilidade de fabricação dessas moléculas, aliado às possibilidades de uso in vivo.”(p.57)
“A descoberta do mecanismo de RNAi mudou completamente a forma como entendemos o metabolismo de controle genético na célula humana, e também propiciou uma ferramenta poderosa para inibir genes específicos e assim determinar sua função na célula.”(p.58) 
“Apesar de a descoberta do mecanismo de RNAi datar de pouco mais de 6 anos, rapidamente se demonstrou que vetores virais ou pequenas moléculas de siRNA podem atuar in vivo. Atualmente já foram publicados mais de 100 artigos científicos relatando o funcionamento de RNAi diretamente com experimentos em animais, alguns cujo gene-alvo do silenciamento pode trazer benefícios terapêuticos.”(p.59)
“Resultados promissores, e surpreendentes, também têm sido obtidos com a aplicação de moléculas de siRNA através de inalação com administração intranasal, tendo como alvo doenças respiratórias. Esses estudos têm se mostrado eficientes na inibição de vírus que agridem o sistema respiratório, tais como o vírus respiratório sincicial (RSV, que já está sendo testado em protocolo clínico em fase I) e mesmo o vírus influenza H5N1, que provoca a temida gripe aviária.”(p.60)
“Os avanços recentes estão sem dúvida fazendo renascer as perspectivas que eram esperadas anteriormente, mas os sucessos devem ser observados com otimismo cauteloso, e ainda requerem intenso trabalho de pesquisa. Temos convicção de que o empenho da comunidade acadêmica, que estamos testemunhando, trará mais aplicações bem-sucedidas da terapia gênica e que esta deve se firmar como importante ferramenta na prática clínica de um futuro relativamente próximo.”(p.61)

8° Fichamento, quase lá...

Terapia gênica, doping genético e esporte: fundamentação e implicações para o futuro

Guilherme Giannini Artioli et al, terapia genica, doping genetica e esporte: fundamentação e implicações para o futuro. Rev Bras Med Esporte. Vol. 13, Nº 5 – Set /Out, 2007.

“A busca pelo desempenho ótimo tem sido uma constante no esporte de alto rendimento. Para tanto, muitos atletas acabam utilizando drogas e métodos ilícitos, os quais podem ter importantes efeitos adversos. A terapia gênica é uma modalidade terapêutica bastante recente na medicina, cujos resultados têm, até o momento, indicado sua eficácia no tratamento de diversas doenças graves. O princípio da terapia gênica consiste na transferência vetorial de materiais genéticos para células-alvo, com o objetivo de suprir os produtos de um gene estruturalmente anormal no genoma do paciente. Recentemente, o potencial para uso indevido da terapia gênica entre atletas tem despertado a atenção de cientistas e de órgãos reguladores de esporte.” (P. 349)
“A terapia gênica é uma área de investigação bastante recente em biomedicina que vem apresentando muitos avanços nos últimos anos. Acredita-se que a terapia gênica represente uma possibilidade de tratamento efetivo para diversas doenças cujos tratamentos são pouco eficazes e/ou restritos aos sintomas. Ainda .em estágio de caráter eminentemente experimental, há problemas na aplicação da terapia gênica, sendo o controle dos riscos um dos mais importantes. Apesar disso, estudos em modelos animais e também alguns estudos em humanos. Têm apresentado resultados promissores.” (P.349)
“O uso indevido dessa terapia é denominado doping genético e tem alimentado um debate científico-acadêmico cuja importância vem crescendo em medicina esportiva e ciências do esporte.” (P.250)
“Em 2001 houve um dos primeiros debates oficiais sobre o doping genético, em um encontro do Gene Therapy Working Group promovido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Nesse encontro o comitê declarou que a terapia gênica, além da sua importância no tratamento e prevenção de doenças, tem grande potencial para uso indevido nos esportes, e que formas de detecção do doping genético devem ser desenvolvidas e aplicadas.” (P.250)
“o objetivo deste trabalho é apresentar os fundamentos da terapia gênica, assim como suas aplicações e implicações para o meio esportivo, contribuindo com esse importante debate no cenário nacional.” (P.250)
“O material genético inserido nas células do paciente pode gerar a forma funcional de uma proteína que, devido a alterações estruturais no seu gene, é produzida em pequenas quantidades ou sem atividade biológica. É possível também regular a expressão de outros genes, ativá-los ou inativá-los.” (P.250)
“doping genético é o uso não terapêutico de células, genes e elementos gênicos, ou a modulação da expressão gênica, que tenham a capacidade de aumentar o desempenho esportivo” (P.250)
“A história tem mostrado que atletas são capazes de ignorar diversos riscos na busca de ultrapassar seus limites competitivos. A exemplo de fármacos de efeitos colaterais desconhecidos, é muito provável que atletas submetam-se à terapia gênica para fins de ganho no desempenho competitivo mesmo sabendo que existem riscos conhecidos e que também existem riscos que ainda são desconhecidos.”(P.350)
“Teoricamente o doping genético com GH levaria a efeitos bastante semelhantes aos produzidos por IGF-1, haja vista que a ação do GH é mediada pelo próprio IGF-1. Portanto, pode-se esperar que o doping genético com GH produza ganhos de força e hipertrofia muscular. É provável que os riscos envolvidos com a inserção do gene do GH e do IGF-1 estejam relacionados com o desequilíbrio do eixo hipotálamo-hipofisário e principalmente com o aumento da chance de ocorrência de neoplasias diversas. Há também o risco da super-expressão do GH levar a glomerulosclerose, o que já foi demonstrado em modelos animais.” (P.351)
“Em 1997 um estudo demonstrou que a introdução do gene leptina por vetor viral produzia significativa perda de peso em ratos. Em contrapartida, talvez o mesmo fenômeno não seja observado em humanos, já que indivíduos obesos, os quais apresentam elevada concentração plasmática de leptina, não têm apetite reduzido. Essa resistência à ação da leptina pode representar importante obstáculo para a terapia gênica com esse hormônio. Além disso, diferentemente dos modelos animais, o comportamento alimentar humano depende também de outros fatores (nutricionais, psicológicos, sociais e culturais).” (P.351)
“Além do potencial interesse pelo uso da terapia gênica como forma sofisticada e indetectável de doping, atletas poderiam beneficiar-se das técnicas de transferência de genes como qualquer outra pessoa cujo quadro clínico imponha tal necessidade. Conforme mencionado anteriormente, as técnicas genéticas de reconstrução de tecidos lesionados poderiam ser largamente utilizadas no meio esportivo para o tratamento e reabilitação de lesões. A transferência de genes que codificam fatores de crescimento poderia facilitar e potencializar o tratamento de lesões ósteo-músculo-articulares que atualmente requerem cirurgias e longo período de reabilitação.”(p.352)
“uma pessoa que sofra de alguma distrofia muscular ou anemia grave poderia se tornar atleta após o uso terapêutico da transferência de genes como IGF-1, folistatina ou eritropoetina? Ou então, um atleta que necessite de terapia gênica e que em decorrência do tratamento adquira alguma vantagem competitiva, poderia continuar competindo? Pela definição poderia, mas tal permissão esbarra nas questões éticas e morais que dão toda a base para a proibição do doping.” (p.352)
“Paralelamente, novas estratégias de detecção devem também ser desenvolvidas. Ainda assim, não se sabe realmente se o doping genético poderá ser, de fato, detectado. Caso o gene transferido tenha sua expressão confinada a alguns tecidos e seus produtos não atinjam a corrente sanguínea, somente por meio de biópsia poderá ser possível fazer um teste  antidoping confiável. Isso claramente se impõe como uma imensa barreira no controle do doping genético” (p.352)
“possíveis métodos de detecção do doping genético seriam: detecção de anticorpos dirigidos contra o vírus inserido, cuja possibilidade de aplicação é muito baixa, uma vez que o atleta poderia estar infectado com um vírus da gripe, por exemplo, e ter um resultado falso-positivo no teste, padrão de expressão gênica por técnica de microarrays, na qual se estabelece o quanto expresso está sendo uma série de genes, mas que exige também coleta de amostras teciduais e valores de referência para cada gene analisado.” (p.353)
“Diante da discussão exposta neste artigo, percebe-se que a terapia gênica é uma técnica terapêutica muito promissora na medicina, cujos rápidos avanços têm-na tornado cada vez mais factível. Isso nos remete ao grande potencial para o seu uso indevido no meio esportivo por atletas que ignoram os riscos para ganhar vantagem competitiva” (p.353)

7° Fichamento!!

A importância do uso das células tronco para a saúde pública

 Lygia da Veiga Pereira ,A importancia do uso das células tronco para a saúde pública, Ciência & Saúde Coletiva, 13(1):7-14, 2008 ( p.7 a 14)

“Células-tronco (CT) podem ser definidas como células com grande capacidade de proliferação e auto-renovação, (ii) capacidade de responder a estímulos externos e dar origem a diferentes linhagens celulares mais especializadas.  Assim, teoricamente, estas células poderiam ser multiplicadas no laboratório e induzidas a formar tipos celulares específicos que, quando transplantados, regenerariam o órgão doente.” (p.8)
“As CTs adultas que mais conhecemos são as presentes na medula óssea, que desde a década de 1950 são utilizadas no tratamento de diferentes doenças que afetam o sistema hematopoiético. Na medula óssea, encontram-se CTs hematopoiéticas, que podem dar origem a todos os diferentes tipos de células do sangue (linfócitos, hemácias, plaquetas, etc.)” (p.8)
“Uma das primeiras indicações de que as CTs da medula óssea poderiam se diferenciar em tecidos diferentes do hematopoiético veio de um estudo com um modelo animal para distrofia muscular de Duchenne, doença muscular degenerativa causada por mutações no gene da distrofina, uma proteína da parede muscular. Animais afetados, ou seja, que não produzem a distrofina, foram submetidos a um transplante de medula óssea de camundongos normais. Além de terem sua medula óssea regenerada pelas células do doador, algumas semanas após o transplante, os animais transplantados apresentaram até 10% das fibras musculares contendo aquela proteína. Isto indicava que células derivadas da medula óssea do doador haviam se incorporado ao músculo dos animais distróficos.” (p.8)
“Neste sentido, uma das áreas mais exploradas tem sido a cardiologia. Estudos pré-clínicos com modelos animais avaliaram a capacidade terapêutica das células da medula óssea no tratamento de infarto do miocárdio induzido”(p.9)
“ainda não está claro se de fato aquelas células estão se transformando em outros tecidos ou se simplesmente estão se fundindo com células daqueles tecidos. Outros trabalhos, ainda, propõem um terceiro mecanismo para o efeito terapêutico das CTs da medula óssea, onde estas estariam secretando fatores que induziriam um processo natural de regeneração do órgão afetado.” (p.9)
“No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer(INCA) foi pioneiro na criação de um bancopúblico de sangue de cordão em 2001. Segundo o site do INCA, hoje a capacidade deste banco é de Pereira, L. V. três mil unidades de sangue de cordão, que deve ser expandida até dez mil amostras.  Em 2004, foi criada pelo Ministério da Saúde uma rede nacional de bancos de sangue de cordão (Rede BrasilCord), composta inicialmente pelo INCA, Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), Hemocentro de Ribeirão Preto e UNICAMP. Segundo o site do HIAE, a Rede BrasilCord tem como objetivo a coleta de vinte mil amostras de sangue de cordão para uso público, o que “atenderá a toda a diversidade genética da população brasileira.” (p.9 e 10)
“Novas fontes de CTs adultas vêm sendo caracterizadas e incluem material lipoaspirado e a polpa do dente de leite.Ainda é cedo para sabermos quais dessas células cumprirão sua promessa terapêutica, mas elas ilustram o quanto ainda temos que aprender sobre os diferentes nichos de CTs no organismo adulto.” (p.10)

“As células da MCI do blastocisto podem ser retiradas do embrião e colocadas em placas de cultura. Em condições apropriadas, elas podem se manter indiferenciadas, se multiplicar indefinidamente no laboratório mantendo seu potencial de contribuir para todos os tipos celulares adulto.” (p.10)
“Elas foram derivadas pela primeiravez em 1981 a partir de embriões de camundongos, e têm como característica principal sua pluripotência. Ou seja, quando re-introduzidas em um embrião, as CTs embrionárias possuem a capacidade de retomar o desenvolvimento normal colonizando diferentes tecidos do embrião –uma demonstração contundente de sua ampla plasticidade.” (p.11)
“as CTs embrionárias são utilizadas como modelo in vitro de desenvolvimento embrionário precoce, o que as torna um poderoso instrumento de pesquisa para o estudo dos mecanismos de diferenciação celular e dos efeitos de substâncias tóxicase biologicamente ativas no desenvolvimento embrionário, entre outros.” (p.11)
“uma série de trabalhos foram realizados no intuito de desenvolver métodos para produzir diferentes tecidos para transplante a partir das CTs embrionárias humanas.  Hoje, somos capazes de transformar estas células em células da medula óssea, pancreáticas, de pele, músculo, cartilagem e neurônios, entre outras. Assim, essas células apresentam um grande potencial em medicina regenerativa, tanto como fonte de tecidos para transplantes quanto como modelo para o estudo do desenvolvimento embrionário humano.” (p.12)
“apesar da enorme expectativa do uso terapêutico destas células, até julho de 2007, não havia nenhum teste clínico com CTs embrionárias em seres humanos em andamento no mundo todo.” (p. 12)
“Uma alternativa seria então criar CTs embrionárias “sob medida”, ou seja, geneticamente idênticas ao paciente. Com as técnicas de clonagem, podemos criar um embrião clonado do paciente e dele extrair as CTs embrionárias. Estas poderiam então gerar tecidos 100% compatíveis com o paciente. Esta técnica chama-se clonagem terapêutica e, apesar de já ter sido realizada em diferentes modelos animais, até julho de 2007 não havia sido feita com sucesso em seres humanos. Além disto, dada a necessidade de um grande número de óvulos para cada clonagem terapêutica, esta estratégia não é promissora como forma de terapia para a população geral. Por isso, novas estratégias deverão ser desenvolvidas para a geração de tecidos imunocompatíveis a partir de CTs embrionárias humanas de forma a viabilizar seu uso terapêutico em larga escala.” (p. 12)
“E enquanto não podemos utilizá-las como agente terapêutico, temos muito a aprender com as CTs embrionárias.” (p.12)
“certas culturas/religiões atribuem ao embrião humano desde o momento da fecundação o status de vida com todos os direitos de uma pessoa já nascida - e por isso a destruição daquele embrião é inaceitável e as CTs embrionárias têm sido tema de grande polêmica no mundo todo: este embrião é uma vida humana ou não?” (P.13)
“A real questão é “que formas de vida humana nós permitiremos perturbar?” A vida humana já é legalmente violada em algumas situações: por exemplo, no Brasil, reconhecemos como morta uma pessoa com morte cerebral, apesar de seu coração ainda bater. Esta é uma decisão arbitrária e pragmática, que nos facilita o transplante de órgãos, e que não é compartilhada por outros povos que só consideram morta aquela pessoa cujos órgãos vitais pararam de funcionar. E no outro extremo da vida humana, durante o desenvolvimento embrionário? Ao proibirmos o aborto, estabelecemos ser inaceitável a destruição de um feto. Por outro lado, se este feto for o resultado de um estupro ou representar risco de vida para a gestante, no Brasil ele passa a ser uma forma de vida humana que pode ser eliminada.” (P.13)
“Em conclusão, pode-se afirmar que as pesquisas com os diferentes tipos de células-tronco devem ser acompanhadas com entusiasmo e cautela. É Pereira, L. V. inerente de toda área de pesquisa em desenvolvimento avanços e retrocessos, e ainda não sabemos quais tipos de células cumprirão a promessa terapêutica e serão as mais adequadas para o tratamento de quais doenças” (P.13 e 14)

domingo, 29 de maio de 2011

6° Fichamento!! Tô quase acabando!!

Proliferar ou diferenciar? Perspectivas de destino das células-tronco

Schwindt TT* et al ,Proliferar ou diferenciar? Perspectivas de destino das células tronco,Jornal Brasileiro de Neurologia, 16(1), 13-19, 2005 (p.13 a 19).

“O estudo das células-tronco (CT) tem-se mostrado uma área bastante explorada nos diversos segmentos da biologia nos últimos dez anos. Esse crescente interesse está relacionado às possibilidades que as CT oferecem em terapias celulares, representando uma revolução no entendimento dos mecanismos de reparo e regeneração tecidual” (p.14)
“As CT podem ser classifi cadas segundo sua potencialidade em toti, pluri ou multipotentes. São chamadas de totipotentes as células capazes de gerar todos os tipos celulares embrionários e extra-embrionários, como o zigoto e o blastômero; as pluripotentes podem originar todas as células que formam um embrião (propriamente dito) e são provenientes da massa interna do blastocisto (CT-embrionárias); são classificadas como multipotentes as células que originam apenas um subgrupo de linhagens celulares, por exemplo, as CT-mesenquimais (CTM) e neurais. Existem ainda células oligopotentes, capazes de gerar células mais restritas a uma linhagem do que as multipotentes, e as unipotentes, que originam apenas um único tipo celular maduro. Estas duas últimas devem ser .consideradas células progenitoras e não-CT. Sendo esta uma área nova, é comum a confusão de conceitos e o uso impróprio das definições acima.” (p.14)
“Mais recentemente, com a descoberta da neurogênese em mamíferos adultos, sugeriu-se a existência de CT-neurais no encéfalo adulto, ocorrendo em dois locais principais: na zona subventricular (ZSV) dos ventrículos laterais, que geram os neurônios do bulbo olfatório e na zona subgranular do hipocampo.” (p.14)
“foram criadas algumas hipóteses que tentam explicar os mecanismos pelos quais a diferenciação celular ocorre. Vale ressaltar que os mecanismos evocados parecem depender da população celular e do tecido analisado. De forma geral, as CT expressam, em sua superfície, muitas moléculas associadas a interações célula-célula e célula-matriz.(p.14)
“Uma terceira explicação baseia-se na pureza e na homogeneidade da população em estudo, ou seja, há a possibilidade de coexistirem distintos tipos de CT e progenitores em um tecido, que  contribuiriam para o surgimento dos outros tipos celulares. A contribuição de células entre diversos tecidos também pode ocorrer a partir da ação de uma única CT-pluripotente, que é capaz de dar origem a células de tecidos formados a partir de diferentes folhetos embrionários” (p.14 e 15)
“uma explicação relevante para a regeneração tecidual após aplicação de CT é a liberação de citocinas e fatores trófi cos no local da lesão. Como a maioria das CT é capaz de identifi car e migrar até o local lesado, é clara sua capacidade de responder a fatores quimiotáticos (liberados pelo tecido lesado).”(p.15)
“Nos últimos cinco anos, diversos trabalhos têm fornecido pistas da existência de CT em praticamente todos os tecidos de um organismo adulto, não se tratando apenas de progenitores comprometidos, mas células com capacidade de se diferenciar em tipos celulares não relacionados ao tecido de onde provêm. Se o próprio corpo possui essa gama de células com elevada potencialidade, então por que não ocorre regeneração completa de todos os tecidos, após a lesão aguda ou mesmo nas situações de desgaste natural e envelhecimento?” (p.15)
“O uso dessas células em terapias celulares, para diversos tipos de doenças, traz consigo muitas questões éticas. A primeira delas vem do fato de se utilizar embriões derivados de fertilização in vitro para obtenção das CTEH. A lei de biossegurança número 11.105/05, que foi sancionada em março de 2005, permite que embriões congelados, há mais de três anos, sejam utilizados para pesquisas, desde que os pais façam essa doação. Essa lei corre o risco de ser considerada inconstitucional, conforme o pedido de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 3.510), apresentado ao Supremo Tribunal Federal. Isso se deve ao fato de vários grupos, religiosos ou não, lutarem contra o uso de CTEH, por considerarem os embriões congelados vidas em potencial Outra polêmica, em torno do uso dessas células, é a clonagem terapêutica (transferência nuclear), que consiste na fusão de uma célula somática de um indivíduo adulto com um óvulo sem núcleo, gerando, assim, um blastocisto com as características genéticas do doador da célula somática. Dessa forma, poderiam obter-se CTEH feitas sob medida para cada paciente, evitando problemas de rejeição. No entanto, muito se discute sobre a geração de novos embriões para fins terapêuticos, considerando-se que isso poderia incentivar um comércio de embriões. Outro problema ético, relacionado à clonagem terapêutica, é que a técnica seria a mesma para se clonar um indivíduo.” (p15)
“Mas nem todas as células formadoras de colônias são de fato CT-multipotentes. Analisando-se as colônias individualmente, nota-se a heterogeneidade da população em cultura relacionadas à taxa de proliferação e à morfologia. Assim, sugere-se que a medula óssea seja composta pela mistura de células progenitoras mais comprometidas e CT não-comprometidas, capazes de se diferenciar em células das três camadas germinativas.”(p.16)
“Após transplantes sistêmicos, as CTM foram encontradas em diversos tecidos, como músculo e tecido nervoso, sendo que parte sofreu diferenciação in vivo. Também são capazes de repopular, parcialmente, a medula óssea do receptor, previamente irradiado ,Existem outros estudos mostrando que as CTM .quando infundidas no sistema nervoso central (SNC), migram, são integradas e desenvolvem características neurais.”(p.16)
“A descoberta da neurogênese em regiões específi cas do encéfalo adulto, como a zona subventricular (ZSV), o hipocampo e o bulbo olfatório trouxe novas perspectivas para as pesquisas relacionadas à terapia celular e regeneração do sistema nervoso. Pesquisas recentes mostraram que a neurogênese está intimamente relacionada a exercícios físicos e atividades que sejam prazerosas.” (p.16)
“Cada neuroesfera é derivada de uma única célula-tronco que, por divisão assimétrica, dá origem à outra célula-tronco e a um progenitor mais comprometido com uma linhagem específi ca. Cada progenitor dá origem somente a outros progenitores. Assim sendo, apenas uma pequena fração da neuroesfera corresponde às verdadeiras células-tronco; a maioria são progenitores mais comprometido.” (p.17)
“O melhor exemplo de terapia gênica utilizando células-tronco, até o momento, é a sua aplicação em modelos animais para Parkinson. Estudos pré-clínicos com roedores e primatas mostraram que o GDNF (glial derived neurotrophic factor) teve efeito bastante animador em modelos de Parkinson. Após indução de lesão da substância negra com 6-OHDA (6-hidroxidopamina) e MPTP (1-metil-4-fenil-1,2,3,6-tetrahidropiridina) em roedores e primatas, respectivamente, observou-se que a administração local de GDNF causava grande melhora nos testes motores. Além do efeito neuroprotetor do GDNF, esse fator pode também atuar na proliferação celular, gerando novos neurônios na região da lesão.”(p.17)
“Esse tipo de tratamento, além do risco da infecção devido à implantação da bomba de infusão de GDNF, é dispendioso e não está ao alcance da população.” (p.17)
“Os estudos sobre CT têm gerado grandes perspectivas na área da medicina, porém, os resultados ainda são preliminares e por essa razão torna-se necessária muita cautela na execução e divulgação de novas terapias celulares. A geração de falsas expectativas, na população em geral, é solo fértil para um sem número de charlatões venderem terapias enganosas, geralmente a preços aviltantes. As CT constituem modelos ideais para que os mecanismos genéticos e ambientais envolvidos no desenvolvimento dos tecidos possam ser compreendidos. Aumentando o entendimento dos mecanismos moleculares envolvidos na proliferação e diferenciação das CT, finalmente as promessas de sua utilização em diversas terapias celulares poderão ser cumprida.”(p.17)

sábado, 28 de maio de 2011

5° Fichamento!!!

A propósito da utilização de células-tronco embrionárias

MARCO SEGRE, A próposito da utilização de células tronco embrionárias, ESTUDOS AVANÇADOS 18 (51), 2004 (p.257 a 262)

 “A discussão ética quanto à utilização de células-tronco de pré-embriões produzidos mediante reprodução assistida, seja pela fertilização in vitro, ou com as técnicas emergentes de clonagem (clonagem terapêutica), passa inevitavelmente pela delimitação do instante no qual quisermos atribuir a um conjunto de células o respeito devido à vida. A retirada de células-tronco produz a morte desse “conjunto de células”: daí, fulcro das polêmicas, é quanto a podermos produzir esses pré-embriões com o fim específico, não de gerarmos novos seres humanos, mas sim de fabricarmos “remédios” contra patologias graves,como a doença de Alzheimer, o síndrome de Parkinson, leucemias etc.” (p.257)
“A sempre renovada discussão referente ao momento no qual o embrião humano passa a “merecer” respeito à sua vida e integridade, apenas comprova a aleatoriedade e o caráter pragmático da caracterização do início da vida. Esta observação encontra esteio, por semelhança, na recente mudança do conceito de morte, quando a morte encefálica, por motivação essencialmente utilitária, foi identificada com morte.” (p.257)
“há que se encontrar uma forma, que a lei avalize, de se poderem descartar embriões. E, para que isso possa ocorrer, será necessário que se modifique o conceito de momento de início da vida, uma vez que, na maioria dos países, o direito à vida é cláusula pétrea das Constituições (exceção seja feita, conforme já se referiu, aos países em que, embora se reconheça como momento de início da vida a fecundação, permite-se a prática do aborto).” (p.258)
“o caráter retrógrado de conceituações e leis existentes, a menos que se deseje, como ocorre no conto “O aprendiz de feiticeiro” – no caso específico da reprodução assistida – que o homem, tendo o poder de replicar embriões ao seu talante, não os possa destruir, quando eles não fossem ser aproveitados, tornando-se, portanto, vítima de seu “feitiço”.(p.258)
“Essas considerações tem a finalidade de trazer à tona o autoritarismo obscurantista de setores que, sob o disfarce da religião, obstaculizam o avanço científico, corrompendo a meta de se obter uma qualidade de vida melhor para o maior número possível de pessoas” ( p.259)
“Fará sentido, no plano moral, abrir tanta polêmica sobre a possível licitude da clonagem, recalcando, ou – pior –menosprezando as tragédias dos extermínios, os sofrimentos sem fim nos regimes autoritários, as iniqüidades sociais aterradoras e as discriminações implicadas por políticas eugênicas racistas?” (p.259)
“Tratando-se de um horizonte novo, que se descortina, são dificilmente previsíveis as virtuais aplicações dessa e de qualquer nova técnica. Quando, de acordo com a lenda grega, Prometeu “roubou” (produziu) o fogo, ele certamente não tinha a perspectiva da sua extraordinária descoberta, nodal para a história da Humanidade. Por analogia, pode-se razoavelmente perguntar: serão os clones humanos produzidos tão-somente para a replicação genética de pessoas, atendendo ao desejo (compreensível) de sujeitos isolados ou de casais estéreis? Provavelmente não. Tratar-se-ia, então, da tentativa de o Homem alcançar a imortalidade? Pode-se considerar essa expectativa vã, uma vez que a identidade genética não é determinante da personalidade (como muito bem se vê nos gêmeos univitelinos) e, mais radicalmente, a repetição genética nada tem que ver com a continuação da subjetividade.” (p.259-260)
“Ademais, havendo vida, a partir de que momento e/ou sob quais condições consideramos a existência de um sujeito, a quem atribuiremos direitos? Tendo em conta a legitimidade  prima facie de construirmos nosso futuro e desestigmatizando sentimentos morais incrustados em nossa cultura, não poderíamos pensar na construção de clones sem estruturas nervosas (que não podem, portanto, sofrer, evitando assim eventuais objeções sencientocêntricas) que, por semelhança, compararíamos a corpos em estado de morte encefálica, e que certamente não consideramos pessoas e sim “banco de órgãos”? Em suma, cabe reiterar que certamente não serão as técnicas em si que nos levarão a um “inferno ético”, supostamente implicado pela vigência do imperativo tecnológico e o correspondente niilismo dos valores. Por isso, consideramos que não devemos aprioristicamente temê-las, e sim monitorar cuidadosamente a sua aplicação.” (p.260)
“Os progressos científicos serão aceitos ou recusados segundo os já mencionados fatores culturais, e/ou religiosos. De forma tão democrática quanto possível. Mas também entendemos ser nosso papel, na bioética, o de expor e defender posições que consideramos importantes para a vida e a saúde humana.” (p.261)

4° Fichamento

Por detrás do último ato da ciência-espetáculo:as células-tronco embrionárias

Gallian, Dante Marcelo claramonte,por detrás do último ato da ciência espetáculo: as células tronco embrionárias, ESTUDOS AVANÇADOS 19 (55), 200 (p.253 a 260)

“É quase impossível não associar todo este fenômeno de marketing científico com a frase cunhada pelo médico e historiador Gregorio Marañón, que, já na primeira metade do século passado – 1946 – denunciava um certo “costume” pertinaz de seu tempo: “a superstição dos conhecimentos de última hora”. (p.253)
“Frente a isto, Marañón defendia o desenvolvimento de uma crítica ao modelo dogmático da medicina, fundamentada, por um lado, no reconhecimento da falácia do dogmatismo científico – o cientificismo – e, por outro, no reconhecimento da profunda complexidade dos fenômenos deste mundo, que requerem a participação de outros saberes, de maneira coerente e séria.” (p.254)
“As “profecias” emitidas pelos adeptos do novo dogma genômico parecem ter contaminado e convertido não só o público leigo, sempre esperançoso diante dos anúncios panacêuticos da medicina moderna, como também os sagazes capitalistas, que investiram milhões no projeto revolucionário. Depois de uma carreira espetacular entre duas empresas norte-americanas – uma pública e outra privada – acompanhada quase que diariamente por milhares de espectadores on line, num clima de verdadeiro show da ciência, o resultado chegou não como êxtase, mas como um balde de água fria. Não porque não se tenha conseguido realizar o feito do seqüenciamento, mas simplesmente porque o feito não se fez milagre; ou seja, o mapeamento do genoma humano não trouxe, nestes últimos anos, nenhuma conseqüência imediata para a medicina aplicada: nenhum remédio, nenhuma terapia revolucionária capaz de salvar vidas, recuperar doentes incuráveis, fazer andar paralíticos etc. Nada, pelo menos nos próximos anos ou décadas...” (p.254)
“Unanimemente, os cientistas que pesquisam ou reivindicam a liberdade de pesquisar com células-tronco embrionárias, reconhecem as “grandes dificuldades técnicas” que têm se apresentado no processo de investigação. Ao contrário do que vem ocorrendo com as células-tronco adultas, as experiências com células-tronco embrionárias não produziram nenhum êxito terapêutico reconhecido, sequer em animais. Pelo contrário, estudos importantes vêm demonstrando que a utilização de células-tronco embrionárias em experimentos terapêuticos têm causado tumores em animais, levando a crer que o mesmo deva ocorrer se administrado em seres humanos.” (p.255)
“Segundo Natalia López Mortalla, catedrática de bioquímica da Universidade de Navarra, Espanha, “a tecnologia da clonagem é extremamente ineficaz e, no caso dos primatas, de mil tentativas realizadas (mil óvulos), não se conseguiu nenhum verdadeiro embrião” (p.255)
“Também em relação às células-tronco extraídas de embriões “produzidos” por reprodução assistida e que se encontram congelados, o argumento de que tais indivíduos seriam virtualmente incapazes de se desenvolverem, mas úteis do ponto de vista terapêutico, não encontra sustentação adequada” (p.256)
“não há nada que justifique este clima de euforia que tem se procurado disseminar em nosso país, principalmente através dos mass media e que atingiu seu clímax recentemente com a aprovação, pelo Congresso Nacional, da lei de biossegurança, que autoriza as pesquisas com células-tronco extraídas de embriões humanos. Ao contrário do que vem ocorrendo com as pesquisas e experiências com células-tronco adultas, as perspectivas a curto e médio prazos são muito pouco promissoras” (p.256)
“Sem dúvida, a liberdade para pesquisar é um dos princípios fundamentais para o desenvolvimento da ciência, entretanto, de acordo com os valores essenciais da sociedade livre e democrática, ao exercício da liberdade se associam não só direitos mas também deveres. A ciência é livre para pesquisar, mas deve sempre respeitar, promover e nunca prejudicar a vida.” (p.257)
“Entretanto, o próprio avanço da ciência nas últimas décadas, principalmente no referente ao campo da genética e da medicina reprodutiva, tem apontado, indiscutivelmente, para uma visão cada vez mais genética e personalista da vida humana. Ou seja, nunca como antes, temos tantas razões para afirmar – razões estas fornecidas pela própria ciência – que a vida humana tem origem no momento da fecundação, da união do espermatozóide com o óvulo.” (p.257)
“reivindicar a liberdade da pesquisa com células-tronco extraídas de embriões humanos – mesmo no estágio blastocístico – em nome do “progresso da ciência”, apresenta-se, ao meu ver, como um argumento simplista e dogmático. Identifica-se aqui, mais uma vez, a reedição da perspectiva dogmática da ciência, tal como diagnosticou Marañón há mais de cinqüenta anos. Por detrás de todo este “espetáculo”, certamente não está o “velho embate entre as luzes da ciência e as trevas da religião”, mas sim o posicionamento ideológico do cientificismo que, tomando como fundamento uma concepção meramente tecnicista e pragmática de ciência e apoiada por uma leitura oportunista da filosofia, procura justificar o “avanço da ciência” pelo bem dela mesma” (p.258)
“Não tanto porque pareça amarga demais, mas talvez porque simplesmente exija, necessariamente, que o “paciente” pare, pense, reflita, enfim, que faça um “certo repouso” reflexivo. E isso é algo que o espírito do nosso tempo não permite. Não podemos parar; a ciência não pode parar. Afinal o tempo é escasso, o tempo é...
Enquanto isso, a quantos outros novos atos de ciência-espetáculo teremos que assistir?”(p.258)


Fonte: http://www.scielo.br/pdf/%0D/ea/v19n55/17.pdf

sexta-feira, 27 de maio de 2011

2 ° Dia de fórum: Palestra Márlio e minicurso Zimmerman

O fórum inicio-se hotem com nomes de peso na odontologia nacional e vai até amanhã..
A palestra do Marlio sobre mercado de trabalho foi muito util,  e o minicurso do Zimmerman além de informar levou o auditório as rizadas!! Foi muito bom!!


Prof. Zimmerman, foi outro extremamente simpático que nos concedeu mais uma entrevista que em breve serão postadas na íntegra! respondeu a todos com toda paciência e sabedoria. Muitoo Obrigada Prof. Zimmerman!!


Papo super cabeça...



E o Fórum de Odontologia vem rendendo...



Uma das grandes Figura ilustres da primeira noite do fórum de odontologia, Dr. Gilberto Pucca, pessoa extremamente simples, inteligente competente, simpática e solícita!  E  desde do primeiro contato que tive com ele quando fui buscá-lo no aeroporto que percebi a sua  grandiosidade, a prícipio um  pouco tímido, mas sempre disposto a responder a inúmeras perguntas, sem contar que sua palestra foi sem comentários..


Dr. Gilberto Pucca
Fiquei muito honrada em homenagear Pucca, e também com medo, era muita responsabilidade falar por 208 alunos do curso de odontologia, em auditório lotado, mas eu acho que as minhas esperiencias na igreja estão me redendo frutos (rsrsrsrs) consegui falar!!






Estou muito Feliz!!

1° fórum de caririense de odonto!!logia!!

Oii


Depois de muito planejamento, dias e noites na faculdade, incansáveis reuniões, finalmente o tão aguardado fórum chegou. Eu mentiria para vc's dizendo que não deu trabalho, por que deu! eu tambm mentiria ao dizer que foi tudo fácil, que todo mundo colaborou, que só recebemos elogios, por que eu tambm estaria mentindo, encontramos muitas pedras e escutamos coisas desagradáveis, mas foi etremante prazeroso ver as pessoas chegarem, ver o auditório lotado, e vc saber que tudo aquilo que ta acontecendo tem a sua ajuda... faltam-me palavras para espressar tudo o que senti...

Dr. Gilberto Pucca e alunos do curso de odontologia
Por mais que o estresse venha, por mais que o medo apareça a vontade que tudo de certo é bem maior! E posso  garantir a vocês nos esforçamos muito e em todos esses dias de fórum estamos dano nosso sangue para q tuto ocorra bem!
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Querido prof. Flávio Furtado!


















Quem me publicou!

1. Karina Macedo
http://karinagmacedo.blogspot.com/2011/05/video-da-livia-karynne.html

2. Kaelly  Lima
http://kaellylimaodonto.blogspot.com/

3. Ywaelson Cardoso
http://ywaelsoncardosoagenese.blogspot.com/2011/05/divulgacao-dos-trabalhos-do-povo-9.html

4.Layanna Leite
http://layannaleite.blogspot.com/2011/05/divulgacao-dos-blogs-da-odontologia.html

5.Lorem Krsna
http://filhotedefauchard.blogspot.com/2011/05/divulgando-videos.html

6.Almira
http://almiraodonto.blogspot.com/2011/05/divulgacao-dos-trabalhos-dos-meus.html

7. Ismael Luna
http://ismaelluna.blogspot.com/2011/05/divulgando-videos-atividade-9-da.html

8. Iasodara

http://emailladentineetlapulpe.blogspot.com/2011/05/tarefa-9-divulgando-as-tarefas-2-e-6.html

9. Marcos Brito
http://blogodonto.blogspot.com/2011/05/gincana-genetica-divulgacao-de.html

10. Caio Raull
http://caioraull.blogspot.com/
 Ainda tem mais!! rsrsrsr

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Câncer de Boca

Oii...
Ontem foi o dia nacional de combate ao câncer de boca, por isso resolvi fazer um pequeno post. Tomara que ele o ajude a esclarecer suas dúvidas!!



O câncer pode aparecer em qualquer parte do corpo, contrariando o que muitos dizem, na boca eles são mais perceptíveis e assim  passíveis de diagnóstico precoce, com pequenas intervenções cirúrgicas é  possível reverter o problema. Porém, Infelizmente o diagnóstico das lesões não costumam ser precoce, as pessoas costumam  negligenciar feridas que aparecem na boca, achando que são aftas, outro grande problema é  extração errônea de dentes, sem os devidos cuidados sem  higienização  e sem o axílio do dentista!  CUIDADO COM FALSOS PRÁTICOS!! NÃO EXTRAIA SEUS DENTES SEM AXÍLIO DE UM VERDADEIRO DENTISTA! EVITE DROGAS COMO TABAGISMO E ÁLCOOL, eles continuam a ser umas das principais causas do câncer de boca! 

 O diagnóstico tárdio,  obriga a  submeter o paciente a cirúrgias muito mais extensas e, às vezes, bastante mutiladoras. O mais triste é que essa situação poderia ser evitada. Um exame simples, utilizando um abaixador de língua, um espelhinho e uma lanterna, realizado por profissional devidamente treinado, bastaria para diagnosticar precocemente a doença e evitar muito sofrimento. 

Cuidado, todos nós estamos passíveis a ter o câncer, por isso previna-se consulte regulamente o seu dentista!!


Para mais informações visite também o Blog do colega Lucas Queiroz e o da  Thyanne Medeiros.

Beijos!!

    

Câncer de Boca: Painel da Anathyana


















0i...Este é o painel da  minha colega Anathyana Medeiros, alertando sobre os ricos de câncer de boca, não só para esse tipo de câncer, como para outros é muito importante a conscientizarão, Não fume, não use drogas, evite o alcool, procurando assim viver uma vida melhor!!

Previna-se!!

A prevenção ainda é o melhor remédio!!

Beijinhos

Fica aí a dica!

domingo, 22 de maio de 2011

Questionamentos?!

Oii...
Hoje eu fiz o meu terceiro fichamento, Embriões, células-tronco e terapias celulares: questões filosóficas e antropológicas, e ele  me levou a mais uma vez me questionar no que é o correto na questões de células-tronco, que já faz um tempinho que venho estudando e postando aqui no blog, em aborto, que sou totalmente contra, e na questão da clonagem humana.
Mas este artigo, levantou mais uma vez em mim a curiosidade em relação a uma técnica, eu ainda não sei bem como chama-la, mas ela se fundamenta no fato de criar bebês geneticamente modificados, para servirem de doadores para irmãos ou até mesmo  pais, com leucemia e outros tipos de câncer, como o que acontece no filme UMA PROVA DE AMOR, A mãe ao descobrir que a filha de 5 anos tinha um raro tipo de leucemia fica louca e resolve com o consentimento dos médicos  gerar mais um bebê, por inseminação e modificado,  para que esse venha a doar tudo o que a irmã venha a precisar, só que a história vai se desenrolar de uma maneira que a mãe das meninas não imaginava, a a filha com leucemia ao 16 anos quer morrer, por não aguentar mais passar por inúmeras cirurgias e por ver a irmã mais nova se desgastando tanto física e emocionalmente, e a outra filha resolve processar a mãe por faze-la inúmeras intervenções cirúrgias sem o seu consentimento.
O filme levanta outras questões, mas o meu post de hoje tem o intuito de convida-lo a discultir um pouco mais sobre ética, sobre as novas formas de terapia gênicas. Será que essa mãe, com o todo o seu amor foi ética e sensanta ao sair tirando os órgãos da filha?? e A mulher que faz um aborto, de fato manda em seu corpo como os mais fervoros defensores dizem?? Porque as células-tronco levantam tantas discussões, se aparenta ser uma técnica, aparentemente "simples"?? E até que ponto podemos no submeter a inúmeras tecnicas, buscando aparentemente a vida???

Vocês tem essas respostas?? Nãoo?? Então, leia esse artigo da Fagot-largealt, Anne.( o link dele ta na postagem anterior) se possível assistam o filme citado acima e venham discutir tmbém essas questões, façam da minha página e das páginas de vocês um ambiente de discussão e de crescimento da ciência, além de futuros profissionais da saúde, somos cidadãos e temos que brigar por uma vida, uma sociedade e consequentemente um mundo melhor.

bejitos

3° Fichamento

Embriões, células-tronco e terapias celulares: questões filosóficas e antropológicas


Fagot-largealt, Anne. Embriões, células-tronco e terapias celulares: questões filosóficas e antropológicas, estudos avançados 18 (51), 2004 (p.229 a 245)


“foi calculado que, enquanto havia (em 2002) oitenta mil pessoas na espera de um transplante, não havia mais do que dez a doze mil óbitos de pessoas “úteis” para a coleta de órgãos, das quais apenas uma entre duas consentia em doar” (p.228)
“Mas prestar-se a uma retirada de medula óssea, de um rim, de um lobo de fígado ou de pulmão, é uma operação mais arriscada do que uma doação de sangue. Houve acidentes entre os doadores, alguns fatais, e complicações graves, particularmente durante as coletas de material do fígado.” (p.228)
“É preciso, portanto, organizar-se para dispor de matéria-prima suficiente. Todo cidadão deve admitir que isto é uma prioridade de saúde pública, e se isto demanda compensações financeiras aos doadores, que elas lhes sejam concedidas, é um mal menor.” P.(229)
“Nossas “leis de bioética” não nos protegem contra a necessidade de uma reflexão sobre estes problemas. De um lado, elas mantêm firmemente o princípio da gratuidade da doação (lei nº 94-653, artigo 16-6).” (P.229)
“A intervenção de uma junta de peritos e o regime previsto para o consentimento dos doadores, entretanto, tornam este procedimento complexo; e a manutenção estrita do princípio de gratuidade torna a doação menos provável à medida que o círculo de doadores potenciais se amplia.” (P.230)
“a pesquisa sobre os embriões “excedentes” originados da fertilização assistida (que seriam de outro modo destinados à destruição), ele proíbe não somente a clonagem de caráter reprodutivo, mas também a clonagem de caráter terapêutico, barrando assim uma via de pesquisa que poderia fornecer soluções alternativas. Na perspectiva de uma penúria de órgãos ou tecidos para transplante e na ausência de uma real proteção social dos doadores vivos, não há outra opção senão, entre uma restrição de acesso ao transplante (passiva: deixar morrer as pessoas inscritas na fila de espera; ou ativa: definir critérios de eligibilidade), o desenvolvimento sistemático do xeno-transplante (transplante de órgãos ou tecidos animais), e o desenvolvimento de órgãos artificiais (por exemplo, bombas cardíacas).” (p.231)
“Xeno-transplantes foram freqüente e seriamente considerados e algumas tentativas foram realizadas (transplante de coração de babuíno), mas teme-se que o perigo de introduzir na espécie humana por esta via doenças (por exemplo virais) potencialmente perigosas, exceda a vantagem que haveria”. (p.232)
“A medicina, porém, não pode simplesmente renunciar a socorrer aqueles condenados por seu destino biológico. A pesquisa sobre as células-tronco abreslhe hoje novas possibilidade.” P.(233)
“A particularidade das células-tronco é que elas podem, ao mesmo tempo, multiplicar-se de forma idêntica, para restituir células-tronco, e diferenciar-se para engendrar células especializadas. Elas podem também, ao que parece, desdiferenciarem-se para rediferenciarem-se em outra via: foi demonstrado em laboratório que células hematopoiéticas de ratos que normalmente engendram células sanguíneas, podem, sob certas condições, produzir células de fígado, de músculo ou de pulmão.” P.(233)
“Há uma década uma reflexão ética aprofundada tem acontecido em vários países sobre a aceitabilidade de produzir linhagens celulares a partir de células-tronco humanas, adultas ou embrionárias, e sobre as condições nas quais estas linhagens poderiam servir ao uso terapêutico. As células-tronco dos tecidos adultos são raras e às vezes difíceis de identificar” p.(233)
“logo antes da nidação, no ser humano) não têm mais o potencial de restituir um embrião completo, mas cada uma delas tem o potencial de formar todos tipos de célula do organismo (mais de duzentos tipos celulares): elas são ditas pluripotentes e chamadas de “células-tronco embrionárias”. Desde o fim do século XX, os biólogos aprenderam a cultivar linhagens destas células, primeiro no rato (1982), depois no homem (1998), e a controlar sua diferenciação em diferentes tipos celulares. Sabe-se, atualmente, produzir, desta maneira, vários tipos celulares... inclusive ovócitos e espermatozóides.” P.(234)
“Para que as esperanças terapêuticas se concretizem, é preciso que se aprenda a garantir a segurança do processo de diferenciação e de multiplicação celular. Uma célula susceptível de se multiplicar e de se desdiferenciar é também uma célula susceptível de se tornar cancerosa” p.(234)
“A técnica da clonagem consiste em substituir o núcleo de um ovócito (núcleo com n cromossomos de uma célula germinativa fêmea) pelo de uma célula somática (núcleo com 2n cromossomos de uma banal célula do corpo). Constata-se que o núcleo assim transferido é “reprogramado”: ele recupera suas potencialidades embrionárias. A célula que resulta da transferência de núcleo é, portanto, como uma primeira célula embrionária. Esta técnica é, em si, moralmente neutra. Tudo depende do que é feito dela. ”(p.235)
“A clonagem  terapêutica visa ao desenvolvimento, não de um indivíduo humano, mas de uma linhagem celular humana”. (p.236)
“à clonagem terapêutica, o risco da exploração das mulheres doadoras foi freqüentemente citado; na realidade, especialistas de fertilização assistida respondem que a coleta de ovócitos de corpos (mortos) acidentados, ou de peças operatórias separadas do corpo, seriam suficientes para cobrir a demanda. As dificuldades técnicas não são, portanto, de modo algum insuperáveis. Permanece uma terceira dificuldade, que é ética ou cultural.” (p.237)
“O coração do problema é que no domínio cultural ocidental, a sacralização do ato humano procriador, ligada a uma cultura judaico-cristã (ou a seus componentes mais fundamentalistas), induziu fortes resistências à interrupção da gravidez, a todas as técnicas de fertilização assistida e à instrumentalização do embrião humano, todas elas consideradas como faltas ao respeito devido ao ser humano na medida em que sua existência responde a um projeto divino: “Desde o seio materno Iahweh me chamou, desde o ventre de minha mãe, pronunciou o meu nome”, diz a Bíblia.” (p.238)
“Um país que encoraja o desenvolvimento das biotecnologias, e particularmente a pesquisa sobre a clonagem terapêutica, como a Coréia do Sul, corre o perigo de perverter-se, e de que perversão se trata, da qual um país como o nosso proteger-se-ia proibindo este tipo de pesquisa? Existem domínios de pesquisa que uma espécie humana que se respeita deve evitar de explorar? É preciso apenas assinalar (retornando sensatamente a uma moral do bem) que no contexto de um sistema de saúde com recursos necessariamente limitados, investir muito dinheiro e energia no transplante e na clonagem terapêutica é uma opção, e que existem outras alternativas possíveis em termos de alocação de recursos... Aos especialistas de filosofia moral e política cabe propor balizas que possam guiar nossos juízos sobre estes assuntos delicados. Uma coisa parece clara: a questão daquilo que o ser humano pode autorizar-se a fazer sem perder o respeito por si próprio não é uma questão de ontologia biológica” (p.240)