segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Aumento de coroa clínica com finalidade Restauradora.

          Um dos assuntos de maior impacto no cotidiano dos cirurgiões-dentistas é a invasão do espaço biológico, cujo conceito deve ser valorizado na clínica. O espaço biológico periodontal é composto pelas seguintes medidas histológicas: profundidade do sulco gengival (0,69mm, facultativo), comprimento do epitélio juncional (0,97mm) e comprimento da inserção conjuntiva (1,07mm). Lesões cariosas ou restaurações profundas que violam estes limites têm como consequência uma resposta inflamatória resultante em dano aos tecidos periodontais de proteção, gerando edema e vermelhidão da gengiva com tendência a sangramento, dores, alterações funcionais e estéticas. Uma vez não restabelecido este espaço, mais tarde podem aparecer lesões do periodonto de inserção, incluindo formação de bolsa periodontal, recessão gengival e perda óssea. Quando o término subgengival é indicado, o operador precisa ter o cuidado de colocar a margem cervical dentro dos limites do sulco gengival histológico. Condições que exigem o uso de margens de restaurações em uma posição além do sulco gengival, como preocupações estéticas, necessidade de maior retenção, cárie de raiz, abrasão cervical e sensibilidade radicular, requerem restabelecimento do espaço biológico em posição mais apical, lançando mão de procedimentos cirúrgicos e/ou ortodônticos. Dessa forma, mostra-se importante a aplicação clínica do conhecimento de espaço biológico periodontal na inter-relação entre Periodontia e a Odontologia Restauradora.
          Na buscar de se obter o espaço biológico, por fins restauradores iremos tratar da cirurgia de aumento de coroa clínica. Os procedimentos cirúrgicos compreendem a excisão ou de tecidos moles através de gengivectomias e gengivoplastias ou  a necessidade de remoção de tecidos ósseo através de osteotomias e osteoplastias. 
         A cirurgia é indicada quando existe extensa destruição da coroa e/ou parte da raiz cujo remanescente receberá um tratamento restaurador direto ou indireto. Em casos de extrema destruição onde não seja possível a retenção do grampo do isolamento absoluto quando na necessidade de tratamento endodôntico ou após extrusões ortodônticas quando for necessária a remoção de tecido ósseo acompanhou erupção adicional do elemento dental.
        O aumento da coroa clínica pode envolver apenas remoção de tecido mole e/ou tecido mole e osso alveolar. Cada procedimento deve ser avaliado quanto à sua viabilidade e observando-se os princípios biológicos, realizando exames periodontais detalhados bem como avaliação dos fatores etiológicos e higiene bucal, presença de alterações muco-gengivais; avaliação oclusal, além de um detalhado exame radiográfico, a fim de estabelecer um correto diagnóstico e indicação da necessidade da realização do procedimento. 
             *Cardoso e Gonçalves(2002)
Indicações
Contra-indicações
Necessidade de eliminação de bolsas
Presença de processo inflamatório
Recontorno gengival
Controle de placa insatisfatório
Hiperplasia gengival
Proporção coroa, raiz desfavorável
Desníveis gengivais
Faixa gengival inserida é insuficiente
Qualquer outra razão em que não se
estabeleça um ambiente favorável.
Possibilidade de criar desníveis que venham a interferir na estética  entre outros

        








        Segundo Lindhe et al (2005) também são fatores que contradizem a cirurgia periodontal, a falta de cooperação por parte do paciente; pacientes com  comprometimento sistêmico, assim como doenças cardiovasculares; transplantados; com discrasias sanguíneas; distúrbios neurológicos e tabagismo.
           O grande diferencial na indicação do tipo de cirurgia depende da necessidade ou não de remover tecido ósseo, pois quando essa remoção está dispensada, indica-se o retalho de espessura parcial. Já se a remoção de tecido ósseo se faz necessária, indica-se o retalho de espessura total, onde se descola também o periósteo, expondo-se o tecido ósseo. Na técnica a retalho, a incisão primaria é em bisel invertido e vai determinar a quantidade de gengiva a ser removida, a incisão secundaria é intrassucular em direção a crista alveolar e visa destacar o colar de gengiva incisado anteriormente e a incisão terciaria é interdental paralela ao plano oclusal. Com auxilio de curetas é feita a remoção do colar de gengiva excisado.
        A osteotomia é realizada  quando houver invasão do espaço biológico. sendo essa indicada, deve-se realizar com auxilio de cinzeis ou brocas, tomando-se cuidado de irrigação abundante. em regiões interproximais utilizam-se as limas de Sghluger, ou limas endodônticas do tipo Hedströem, para a remoção do tecido ósseo. O tecido ósseo de suporte é desgastado em nível apical para que seja possível restabelecer um contorno fisiológico, além de devolver as distâncias biológicas condizentes com a normalidade a dim de restabelecer a saúde do tecidos de sustenção.  
        Quando concluída, a cirurgia deve ser irrigada com solução fisiológica a 0,9% e o retalho suturado, cobrindo totalmente a estrutura óssea anteriormente exposta. Quando bem coaptados os bordos do tecido, descarta-se a necessidade de cimento cirúrgico. A higiene oral deve ser orientada e particularizada. A prescrição de analgésicos e anti-inflamatórios pode também ser necessária, bem como soluções antissépticas bucais nesse período.
         Após o estabelecimento dos padrões normais do espaço biológico e a completa cicatrização da ferida cirúrgica o tratamento restaurador deve ser realizado. 
              
paciente com coroa invadindo espaço biológico.
Incisões intra-sulculares

Retalho


Desgaste ósseo interproximal

Sulturas simples



Pós-operatório de 6 meses.




Referencial teórico: 
RISSALTO, Marcos e TRENTIN, Micheline Sandini, RFO, Passo Fundo, v.17, n.2 p. 234-239, maio/agos. 2012.
Imagens: caso clínico  Jadson Lima cirurgia periodontal

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Minha nada mole vida com a PRÓTESE!


Assistir a aulas teóricas, sentar na primeira fila, prestar atenção anotar até a respiração da professora. Estudar, estudar e estudar não deixar o conteúdo acumular.
Vamos ao laboratório, adapta o manequim de dentística para PPR.
Individualizar moldeira, manipular o alginato, Moldar o manequim.
NÃO DEU CERTO.
Individualizar moldeira, manipular o alginato, Moldar o manequim.
NÃO DEU CERTO.
E tdu de novo, pensamento positivo agora vai!
Uffa... deu certo, se a moldagem deu certo, vazar o gesso é moleza!
Prepara o gesso, coloca com cuidado para não criar bolhas faz a base.
Espera tomar presa: 1, 2 ,3... 10.. 20... 30... 45 minutos infinitos.
NÃO DEU CERTO. Como???
Deve ter algum monstrinho, saci, macumba alguma coisa atrapalhando. Mas, vamos lá, novo ano, novo semestre, tô decidida amar prótese, isso não é nada.
Limpa tudo( hahahahaha que lindo!)
Individualizar moldeira, manipular o alginato, Moldar o manequim.
NÃO DEU CERTO.
Individualizar moldeira, manipular o alginato, Moldar o manequim.
NÃO DEU CERTO.
E tdu de novo, pensamento positivo (dá uma de Poliana, pq não??) Não dizem que atraímos o que pensamos?! agora vai!
Uffa... deu certo, Vazar o gesso com todo cuidado, esperar tomar presa: 1, 2 ,3... 10.. 20... 30... 45 minutos infinitos.
DEU CERTO!!
 Lindoooo! =)
Vamos recortar o gesso, nessa hora, o que acontece?? o que?? o que??
Quebra-se o dente do modelo, hahahahhahah   Lindo,  faltam 5 minutos para vc ser avaliada, a aula tá acabando....  Vou dar uma de pedreira, tentar consertar o dente ( rsrsrsrsrsrrsrsrsrrs, o nome disso: DESESPERO) Enfim, como vocês já imaginavam não deu certo!  Mas, vamos lá sou Brasileira e não desisto nunca, esperar pelo próximo massacre ( digo, aula)
Enfim, Prótese você pode até desistir de mim, eu não desistirei de vc!



bjs, bjs
Lívia Karynne ( exausta após uma segunda cheia de gesso e alginato)

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Integrar pacientes especias, Desafio!


Olá! 
Boa Noite! 

Hoje, tivemos o nosso primeiro dia de clínica do estágio IV. Acordei mega cedo, cheguei ansiosa na faculdade. Adoro estar em clínica, adoro o contato com o paciente, a corrida do dia-a-dia  e há nada que eu ache mais lindo do que a clínica toda produzindo, todo mundo com paciente.

Quanto mais simples o paciente mais prazeroso é o atendimento. E hoje presenciei algo que considerei importantíssimo e de uma delicadeza ( me sensibilizo muiito fácil). A paciente da minha colega era surda-muda e ela comunicou-se o tempo todo com ela pela linguagem dos sinais. Esse atendimento despertou em mim a  dúvida estamos preparados para atender a demanda de paciente com alguma necessidade especial?? Bem, depois de muito refletir, minha resposta seria não. Tudo bem que nossa clínica é toda acessível, possui elevadores para os cadeirantes e os pacientes q tenham alguma deficiência física, portas largas, banheiros adaptados e tal. Porém, eu acredito que eu e meus colegas com exceção de Meiry( minha colega que atendeu a paciente surda-muda) Não estamos preparados para atendermos pacientes com outras deficiências, como eu que não domino a linguagem dos sinais poderia me comunicar com um paciente desse tipo?  
Será, que estamos cientes que grande parte da população possui alguma deficiência?? Será que estamos cientes dessas diferenças, no momento da montagem do nosso consultório??
São diversas perguntas sem respostas, e que considero q ainda terei no decorrer da minha graduação. Mas, eu acredito que precisamos mudar  muito ainda não só como promovedores de saúde, mas também como cidadãos.
Mais do que adaptados a esse  tipo de paciente precisamos integrá-los no nosso dia-a-dia, não tratá-los como diferentes por sua deficiência, mas sim com a diferença usada para cada paciente que é uma pessoa única, com problemas e desejos únicos. 
Acredito que esse seja um dos maiores desafios da humanidade, aprender a interagir com as diferenças com naturalidade. E espero que consigamos superá-lo pois dessa maneira nos tornaremos pessoas melhores e a mudança no mundo começa por nós. Pequenas atitudes, mudanças no dia-dia fazem toda a diferença. 

bjkas, 
Pensem nisso!