Faculdade
Leão Sampaio
Curso
de Odontologia
Pré-clínica
Pré-clínica
Prevalência de Distúrbios da
Articulação Temporomandibular em Crianças e Adolescentes Brasileiros e sua
Relação com Má-oclusão e Hábitos Parafuncionais: um Estudo Epidemiológico
Transversal – Parte II: Distúrbios Articulares e Hábitos Para funcionais.
Autores:
Luiz Felipe de Miranda Costa*
Josemar
Parreira Guimarães**
Alfredo
Chaobah***
J
Bras Ortodon Ortop Facial 2004; 9(50):162-9.
Artigo
N° 17, aluna: Isabela Fechine Cruz
Onicofagia, hábitos
como o de ranger ou apertar os dentes, morder objetos, lábios ou bochechas,
goma de mascar, dentre outros, têm sido descritos como fatores iniciadores ou
perpetuadores e, portanto, potencialmente capazes de originar distúrbios da
articulação temporomandibular (DTM). Tal distúrbio consiste, a uma série de
fatores que comprometem essa articulação e que se manifesta principalmente com
dor, que pode irradiar para: cabeça e braços, estalos ou crepitações,
dificuldades de abrir ou fechar a boca.
Nesse contexto, destacamos
os hábitos parafuncionais,que têm recebido amplo destaque na etiologia dos DTM.
Os hábitos são resultantes da repetição de um ato que possui uma finalidade, geralmente
são agradáveis, aparecem de necessidades psicológicas e trazem satisfação pessoal
para o indivíduo que o realiza.Desta forma,sobrecarregando a articulação
temporomandibular ou os músculos da mandíbula que podem agravar a patologia e
gerar uma série de desconfortos em diferentes níveis, como o bruxismo e o
apertamento dentário, que provocam
manifestações diversas em todos os componentes do sistema mastigatório,
variando de dores e fadiga muscular até limitação de movimentos.
Vários
pesquisadores descrevem que as parafunções podem alterar o desenvolvimento
craniofacial, levando a má-oclusões como mordidas de classes II e III e
salientam a importância da prevenção destes hábitos e das consequências
desencadeadas pelo mesmo, tendo em vista que algumas alterações podem
tornarem-se difíceis de resolverem ou até mesmo irreversíveis.
A presença de
hábitos parafuncionais mostrou-se bastante comum. Observou-se que 94,23% dos
estudantes com DTM e 93,81% dos estudantes assintomáticos apresentavam pelo
menos um hábito parafuncional. Não apresentando uma diferença significante
entre ambos os grupos estudados. Mesmo quando os sexos masculino e feminino
eram avaliados separadamente. Avaliou-se que a prevalência dos diferentes
hábitos parafuncionais no grupo com DTM foi geralmente alta. Embora alguns
hábitos tenham se mostrado mais prevalentes no grupo sintomático, entre eles:
morder objetos e dormir com a mão sob o rosto.
Apesar das
pesquisas disponíveis e observações clínicas, em geral, sustentarem a afirmação
que os hábitos parafuncionais são fatores iniciadores ou perpetuadores em certos
subgrupos de pacientes com DTM. O papel exato dos hábitos parafuncionais na etiologia
dos DTM ainda não foi comprovado ate então. Uma possível explicação para a
relação entre os hábitos parafuncionais e as desordens da articulação
temporomandibular é fornecida por Okeson (2000). Segundo o autor, microtraumas
oriundos da atividade parafuncional podem estar relacionados com o aparecimento
de sintomatologia articular. Outros fatores que podem agravar a DTM são os atos
de comer, bocejar, gritar ou abrir a boca exageradamente, quando realizados com
muito estiramento ou compressão.
Neste contexto, percebe-se
que há muita controvérsia sobre todos os assuntos envolvendo na articulação temporomandibular,
talvez pela forma como as pesquisas são conduzidas nesse assunto. Ainda
restaram muitas dúvidas sobre os hábitos parafuncionais na disfunção da ATM. Além
dos fatos citados, é importante ressaltar que têm-se pesquisado muito os
hábitos parafuncionais através de questionários, auto-relatos ou observação dos
desgastes dentários, que são meios indiretos de avaliação. Portanto, é
importante que se façam mais pesquisas com medidas diretas e objetivas da parafunção
para se esclarecer o envolvimento das mesmas com a DTM.
Nenhum comentário:
Postar um comentário